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domingo, 31 de julho de 2011

ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR

Muitas pessoas confundem alergia alimentar com intolerância alimentar. Vamos tentar entender a diferença entre elas.
Alergia Alimentar ocorre quando nosso sistema imune acredita que uma substância alimentar inofensiva para o organismo é perigosa. Assim, no instante em que o indivíduo ingere o alimento alergeno, nosso sistema de defesa começa a "bombardear" o corpo com substâncias químicas que causam vários sintomas (dor abdominal, vômito, diarréia, urticária, asma, tosse) e que podem afetar o sistema respiratório e digestivo, a pele ou o sistema cardiovascular. Normalmente a reação alérgica é uma resposta do sistema imune a uma proteína ou molécula ligada à proteína alimentar que é identificada como um corpo estranho.
Os principais fatores relacionados à alergia alimentar são: hereditariedade, exposição ao alimento, permeabilidade gastrointestinal e fatores ambientais que podem acentuar os sintomas da alergia.
Os alimentos comumente envolvidos são os que possuem alto teor de proteína, principalmente os de origem vegetal e marinha. Entre os alimentos que apresentaram reações alergênicas encontram-se o leite de vaca, milho, arroz, centeio, nozes, camarão, mariscos, peru, carne de porco e bovina, banana, abóbora e batata.
Já nas intolerâncias alimentares não existe a intermediação do sistema imunológico como por exemplo, intolerância à lactose que é provocada pela falta da enzima lactase responsável pela digestão do açúcar presente no leite (lactose).
Apesar de apresentarem causas distintas, os sintomas presentes na intolerância alimentar são semelhantes aos da alergia alimentar. Reações de intolerância alimentar incluem: liberação não-alérgica de histamina, defeitos nas enzimas, reações farmacológicas e efeitos irritantes.
Entre as substâncias que foram relacionadas com intolerância estão os conservantes, intensificadores de sabor, corantes, antioxidantes, ausência de enzimas.

SISTEMA IMUNOLÓGICO

    Nosso sistema Imunológico é compreendido por um conjunto de células, órgãos e estruturas especializadas e não especializadas, que tem como função identificar e destruir invasores estranhos antes que qualquer mal seja feito ao organismo.
Existem também vários mecanismos, não gerenciados diretamente pelo sistema imune que trabalham para impedir a entrada de elementos estranhos (antígenos) em nosso organismo são eles:
·Barreira física:
- pele
·Barreira de defesa inicial não imunológica:
- Atividade motora das mucosas (cílios e peristaltismo )
- Flora bacteriana residente (competitiva)
- Parede intestinal (selecionando o que deve ou não entrar no organismo)
- Secreção mucosa
- Lágrima (contém lisozima, um composto que mata bactérias)
- Leite “humano” (rico em lactoferrina)
- Saliva (além da lactoferrina e lisozima, há também a bacteriolisina)
Se macromoléculas e microorganismos conseguirem vencer e ultrapassar as barreiras iniciais não imunológicas e inespecíficas, o processo imunológico é ativado, na tentativa de impedir qualquer dano que, possa ser provocado ao organismo.
·Defesa imunológica:
O primeiro elemento de defesa do sistema imunológico, ainda na superfície mucosa, é a imunoglobulina A (IgA). Além da IgA ser responsável pela barreira imunológica primária na parede intestinal, dificultando a penetração de substancias estranhas ao nosso organismo, esta imunoglobulina também exerce um importante papel na neutralização intramucosa de microorganismo e excreção de antígenos. Entre suas ações: neutralização de toxinas, bactérias e vírus, impedindo a fixação dos mesmos às células do intestino (enterócitos) e formação de complexos de elevado peso molecular, com diversos tipos de proteínas (alimentares ou não), impedindo sua absorção.
Quando estas defesas não são suficientes e estes antígenos passam para a corrente sangüínea, ainda existem defesas imunológicas inespecíficas compostas por glóbulos brancos que tem a função de fagocitar (comer e destruir) os invasores que em conjunto com o sistema reticuloendotelial e linfático vão “limpar” o sangue destas substâncias estranhas, preferencialmente sem causar danos ao organismo. Se estas primeiras defesas não derem conta, outros tipos de glóbulos brancos entram em ação e atuam por diversas formas, diretamente contra o invasor (fagocitose) e/ou produzindo anticorpos específicos (imunoglobulinas) contra os mesmos e também produzindo substâncias químicas (histaminas e outros) para combatê-los. São essas reações intensas e freqüentes que provocarão alterações funcionais em órgãos-alvo mais sensíveis, podendo causar reações imediatas, alergias, ou reações tardias que são as chamadas hipersensibilidades ou alergias escondidas.

Reação de Hipersensibilidade do tipo I

São as reações alérgicas tradicionalmente conhecidas. São mediadas pela imunoglobulina IgE, com reações imediatas, podendo se manifestar de minutos após o contacto com a substância alergênica, até oito horas após a exposição ao alergeno, dessa forma é muito mais fácil associar o sintoma ao alergeno que o provocou.
Este tipo de reação ocorre em pessoas geneticamente predispostas e que sofreram uma ou mais exposições ao alergeno.
Os sintomas alérgicos dependem dos órgãos de choque, e vão variar de rapidez, intensidade e gravidade, conforme o estado de sensibilização individual.

Reação de Hipersensibilidade do tipo III
São conhecidas como Alergia Escondida, Hipersensibilidade e até intolerância alimentar.
A maior parte das manifestações alérgicas são as tardias (98%) e são causadas por alergias ocultas, comumente com reações iniciadas de 2 horas a 3 dias depois do primeiro contato com o alergeno, e freqüentemente confundidas com alergias imediatas.
No processo de hipersensibilidade a substância alergênica ingerida deve ser consumida com freqüência, e não uma só vez. Nem sempre existem sintomas quando esta substância é ingerida uma só vez. Outra característica importante na hipersensibilidade é que a liberação de pequenas quantidades de histamina gera uma sensação de prazer, conforto e relaxamento, devido ao fato dela ser um relaxante cerebral. Deste modo, o consumo do alimento sensibilizante é primeiro ligado ao prazer e não aos sintomas, levando a uma dependência (vício) do consumo do alimento sensibilizante ou de seus derivados, como exemplo doces, carboidratos refinados, lacticínios, etc. Outra conseqüência é a diminuição dos níveis de serotonina plasmática que leva a distúrbios neurológicos, como ansiedade, compulsão e até mesmo depressão, que colaboram para a dependência do alimento alergênico, já que a sensação inicial é de prazer.
As liberações de IgEs e IgGs e as histaminas e enzimas liberadas (que podem produzir danos celulares), provocam uma gama de sintomas, muitas vezes de difícil diagnóstico clínico. Por este motivo, muitas vezes estas hipersensibilidades são confundidas com outras doenças, pois elas podem “imitar” sintomas relacionados a doenças específicas. Por exemplo, uma hipersensibilidade que causa sintomas de gastrite, não adianta ser tratada como tal se não for tirado o alergeno que a provocou.
Alguns sinais e sintomas que podem ser provenientes de alergias escondidas:
· Asma brônquica;
· Rinite, sinusite, otite, amígdalite, produção excessiva de muco;
· Cistite de repetição, candidíase, enurese noturna;
· Regurgitação e cólicas em bêbes, dificuldade de crescimento, diarréia, constipação, perda de apetite, má absorção;
· Obesidade, magreza, bulimia, anorexia, hipoglicemia;
· Gastrite, colite, esofagite, doença celíaca, aumento de flatulência, náuseas, vômitos;
· Cefaléia, enxaqueca, convulsão, fadiga;
· Insônia, sonolência, embotamento mental;
· Hiperatividade, distúrbios de concentração, alteração de humor, depressão, ansiedade, comportamento anti-social;
· Acne, eczema, caspa, urticária, dermatite;
· Olheiras, olhos inchados, olhos e lóbulos das orelhas vermelhas, bochechas vermelhas, língua rachada e/ou branca;
· Dores musculares e articulares;
·   Doenças auto-imunes como artrite reumatóide, tiroidite, lúpus eritematoso sistêmico;
Como cada individuo é diferente do outro e os organismos podem reagir de maneiras distintas ao mesmo alimento, podendo causar processos crônicos durante a nossa vida. Quando só os sintomas são tratados e não as causas o órgão alvo dos sintomas vai mudando conforme os mesmos são tratados, como por exemplo otite, ao ser tratada, a hipersensibilidade troca o órgão alvo e passa a desenvolver amigdalite, depois rinite, gastrite e às vezes simultaneamente a estes sintomas pode existir uma enxaqueca ou obesidade , todos estes sintomas ainda podem aparecer ansiedade, agitação, alteração na qualidade de sono, dificuldade de acordar de manhã , falta de concentração etc. Estes sintomas podem conviver ou ainda irem se alternando durante toda vida.
O aparecimento das hipersensibilidades depende da predisposição genética, da monotonia alimentar, da capacidade de detoxificação e da capacidade funcional do trato gastrintestinal.

FATORES QUE FACILITAM AS HIPERSENSIBILIDADES ALIMENTARES

A integridade do sistema digestório depende da:
- Competência do sistema imunológico
- Mastigação adequada;
- Formação e manutenção do pH do estômago;
- Formação e ação adequada das enzimas gástricas, pancreáticas e intestinais;
- Liberação e ação adequada dos ácidos biliares;
- Adequação da liberação de bicarbonato pelo pâncreas;
- Manutenção da integridade da parede intestinal e da flora intestinal;
- Adequação da capacidade funcional do fígado e do intestino de detoxificação.
Em condições normais os imunocomplexos (complexos antígeno-anticorpo) são removidos pelo nosso sistema reticulo-endotelial, porém, quando presentes em grande quantidade vão desencadear as reações alérgicas.
As alterações na integridade do trato gastrintestinal podem ser tanto causa como consequência de alergias alimentares e/ou químicas.
Fatores que podem alterar a integridade da parede intestinal:
- Baixa ingestão de fibras dietéticas;
- Consumo regular de carboidratos refinados e substâncias químicas
- Consumo regular de fatores antinutricionais
- Deficiência de enzimas digestivas
- Alergênicos alimentares
- Infecções
- Alta quantidade de radicais livres
- Carências nutricionais
- Medicamentos como anti-inflamatórios não esteroidais, corticosteróides, anticoncepcionais, etc
antibióticos, laxantes, quimioterápicos
- Álcool; sensibilidade ao glúten
- Disbiose intestinal

TRATAMENTO

Analisar os fatores que contribuem para o desencadeamento ou exacerbação dos sintomas da alergia e após avaliar a relação dos mesmos com os sinais e sintomas desenvolvidos pelo paciente e que dificultam uma nutrição celular adequada e conseqüente funcionamento ideal orgânico.
Promover uma reeducação alimentar consciente, ou seja, não significa adotar restrições ou inclusões de alimentos, mas compreende conhecer, individualizar e aplicar os conceitos de: Como Comer, Quando Comer, Quanto Comer, O Que comer e Com O Que Comer.
Para resgatar e preservar as funções orgânicas devemos ter como base: hábito alimentar adequado, utilização específica de alimentos funcionais e suplementação nutricional. Dessa forma, os desequilíbrios orgânicos serão eliminados.
A suplementação de alimentos funcionais como pré e probióticos para recuperação e manutenção da microbiota gastrintestinal vai atuar em praticamente todos os desequilíbrios orgânicos pois ajuda a recuperar a mucosa intestinal, adequar o pH intestinal e a permeabilidade da mucosa para absorção de nutrientes e eliminação de substâncias estranhas, além de melhorar o sistema imunológico, dar suporte digestivo, combater bactérias patogênicas (por competição e produção de antibióticos naturais), dificultar as infecções intestinais, melhorar o estado nutricional como um todo, contribuir para melhorar a ação dos antioxidantes e favorecer a detoxificação.

sábado, 23 de julho de 2011

10 IMPORTANTES FATOS NUTRICIONAIS

1. A dieta rica em gordura (principalmente saturada) e com elevado teor de sal esta associada a maior risco de problemas coronários.

2. Estima-se que 1/3 dos casos de câncer poderiam ser evitados por meio de alterações na dieta. A dieta rica em fibras e cereais integrais e baixa em gordura tem o potencial de evitar inúmeros casos de câncer, entre eles o de cólon, estômago e mama.
 3. Muitos especialistas em fertilidade acham que a dieta insalubre, com alto teor de gorduras, açúcar e alimentos processados e baixa em nutrientes essenciais a fertilidade, pode levar a esterilidade e aumentar o risco de aborto.
 4. A dieta com alto teor de gordura, açúcar e sal leva ao aumento de peso e eleva o risco de obesidade. Carregar excesso de peso não só aumenta o risco de cardiopatias, diabetes, câncer e esterilidade: também esta associada a estafa, baixa auto-estima e baixo desempenho mental e físico.
 5. A dieta insalubre aumenta o risco de depressão e humor instável. Também esta ligada a TPM, compulsão de comer e ansiedade.
 6. A dieta com alto teor de aditivos, conservantes e açúcar refinado pode provocar perda de concentração, hiperatividade e agressão, porque os alimentos que contem alto teor de açúcar e aditivos não possuem o mineral cromo pois este é removido no processo de refinação. O cromo é necessário para o controle dos níveis de açúcar no sangue; quando esses níveis estão descontrolados , podem provocar tais problemas de comportamento.

7. A dieta com baixo teor de cálcio, eleva o risco de ossos fracos ou quebradiços – afecção denominada osteoporose.
 8. A dieta pobre em nutrientes sobrecarrega demais o fígado que é essencial para a boa digestão e absorção das vitaminas e dos sais minerais que mantêm a vida. Para ter saúde perfeita é preciso que o fígado esteja em ótimas condições. O fígado não da conta de grandes quantidades de gordura saturada e álcool, e isso pode levar a problemas no fígado e rins, tais como nefropatias e cirrose (doença letal em que as células do fígado morrem).

9. A dieta com alto teor de açúcar pode levar ao excesso de glicose no sangue. O excesso de glicose no sangue indica o aparecimento de diabetes mellitus. Seus sintomas são: sede, necessidade freqüente de urinar, problemas de visão, cansaço e infecções freqüentes.
10. Quando a dieta é pobre, pode comprometer o sistema imunológico e torná-lo mais suscetível a resfriados, gripe e saúde ruim.precisamos de um consumo constante e equilibrado de vitaminas e sais minerais essenciais pra manter o sistema imunológico funcionando bem afim de proteger nosso organismo de infecções e doenças.

(retirado do livro Você é o que você come, Drª Gillian Mckeith).

domingo, 3 de julho de 2011

DISBIOSE

A nutrição funcional apresenta um enfoque diferenciado, pois o tratamento é baseado na individualidade bioquímica, tendo por objetivo manter o equilíbrio do organismo como um todo e prevenindo dessa forma futuras doenças.
Somos formados por cerca de 100 trilhões de células e renovamos 50 milhões destas diariamente. Estas células são formadas exclusivamente por nutrientes e fitoquímicos e estes são fornecidos pela nossa alimentação diária. Estes 100 trilhões de células habitam principalmente o trato digestivo, na proporção de cerca de 10 bilhões por milímetro quadrado de intestino.
O perfeito equilíbrio dessa flora, juntamente com uma boa alimentação, é a chave para uma boa saúde física. Um desequilíbrio na relação de bactérias benéficas e toxigênicas pode fazer com que nutrientes sejam mal digeridos e sua toxinas se combinem formando complexos perigosos. Este desequilíbrio chamamos de disbiose.


O que é Disbiose?

Disbiose é uma doença que ocorre no trato gastro-intestinal, devido a um desequilíbrio das bactérias da flora intestinal. O trato gastro-intestinal é composto de uma matriz de células, de um sistema imune completo e de numerosas espécies de microrganismo que normalmente colonizam e protegem esta mucosa. As toxinas que chegam através da dieta, interferem neste equilíbrio dinâmico.
Um desequilíbrio na relação de bactérias benéficas e toxigênicas pode fazer com que nutrientes sejam mal digeridos e sua toxinas se combinem com peptídeos formando complexos perigosos.
As bactérias do intestino previnem infecções intestinais, vaginais e urinárias. Nem todas as bactérias são amigáveis, a maioria que reside no intestino são comensais ou seja, nem boas, nem más. Outras são patogênicas, podem causar infecções agudas e nosso corpo reage através de diarréia, febre, gases, perda de apetite e vômitos. As bactérias que causam doenças crônicas são geralmente organismos fracos, com pouca virulência, mas quando a colônia aumenta muito, elas causam disbiose.


Fatores que Influem sobre nossa Microbiota Intestinal:

ü                  Idade
ü                  Tempo de trânsito intestinal
ü                  pH Intestinal
ü                  Disponibilidade de material fermentável
ü                  Interação entre os componentes da microbiota
ü                  Suscetibilidade à infecções
ü                  Estado imunológico
ü                  Requerimentos nutricionais
ü                  Uso de antibióticos e imunossupressores.

Deste dez fatores citados, pelo menos seis - numerados - tem uma associação direta com a Nutrição realizada pelo indivíduo.

O que Causa a Disbiose?

Ø                  Tipo de parto, crianças nascidas de parto cesária tem conteúdo de bactérias probióticas significativamente inferior ao das crianças nascidas de parto normal.

Ø                  Tipo de amamentação, crianças amamentadas exclusivamente ao peito apresentam um conteúdo de probióticos muito superior em seu intestino, bem como menor número de diversas bactérias patogênicas que aquelas que se utilizam de fórmulas lácteas.

Ø                  Introdução precoce de alimentos ricos em carboidratos, como mel, xarope de frutose e açúcar na alimentação da criança.

Ø                  Uso indiscriminado de antiácidos, antibióticos, antifúngicos, antiinflamatórios, laxantes, anticoncepcionais, estrógeno e corticóides; interferem na flora intestinal.

Ø                  Estresse gerado por fatores ambientais e emocionais, que interferem na função intestinal diminuindo a produção de muco protetor intestinal que atua na defesa do organismo e no peristaltismo (movimento) intestinal.

Ø                  Alimentação inadequada aliado a falta de mastigação adequada e tempo para realizar uma refeição equilibrada.


Fatores estão Envolvidos na Gênese da Disbiose:

- Diminuição na acidez gástrica, aumenta o afluxo bacteriano intestinal. Uma diminuição da acidez gástrica ou das secreções pancreáticas também pode fazer proliferar bactérias patogênicas como o Clostridium difficil, que existe normalmente no cólon, quando em excesso, atinge o intestino delgado e produz uma disbiose séria. Produz uma toxina que inibe a síntese de serotonina, bloqueia a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), facilita a proliferação de cândida (que piora a depressão) e altera a estrutura dos sais biliares (provocando cálculos biliares e carcinogênios).

- Uso de antibióticos, que mata a população bacteriana intestinal, provocando uma alteração no equilíbrio da flora, são alguns dos fatores que causam a disbiose. Medicamentos que interferem na flora intestinal: antiácidos, antibióticos, antifúngicos, antiinflamatórios, laxantes, anticoncepcionais, estrógeno e corticóides. Sintomas que eles causam: diarréia, constipação, síndrome pré-menstrual, dores articulares, dores musculares, alergias, rinite, muitos gases, doenças inflamatórias intestinais e pulmonares, deficiência de vitaminas, intolerância a lactose (açúcar do leite), irritabilidade, depressão, vaginites, doenças auto-imunes e eczemas freqüentes.

- Constipação intestinal, que também aumenta a população bacteriana, gera um crescimento exagerado de bactérias patogênicas no cólon, acarretando a sua entrada no intestino delgado que, por sua vez, desequilibra a secreção dos sucos digestivos (insuficiência pancreática, biliar) e diminui a motilidade intestinal, pois alguns microorganismos diminuem a formação de serotonina intestinal (grande responsável pela motilidade intestinal).

- Outras causas: estresse, as exotoxinas (substâncias químicas encontradas nos alimentos), as endotoxinas (provenientes do metabolismo de alguns alimentos ou do metabolismo de microrganismos que habitam o intestino), alimentos com baixo valor nutritivo, como os carboidratos simples e gorduras, e os antibióticos embutidos nos alimentos.

- Aumento da permeabilidade intestinal, pode ser causada pelo uso prolongado de antibióticos, antiinflamatórios, anticoncepcionais ou corticóides, que fazem com que as células intestinais percam sua adesividade intercelular aumentando a capacidade absortiva intestinal, inclusive a substâncias indesejáveis que normalmente não são absorvidas, como os metais pesados, toxinas bacterianas, peptídeos, radicais livres, etc..

 - As toxinas lesam a borda em escova que recobre as células do epitélio intestinal e isto facilita a absorção e transporte pela circulação, para órgãos mais distantes. Estas lesões são reparadas através de um turnover das células epiteliais, os microrganismos são detectados pelas células imunes que as retira via sistema linfático. Os agentes sinalizadores entram em ação, não só os imunoquímicos, mas a rede de secreção também é ativada, numa tentativa de eliminar o mais rápido possível o agente agressor. Há um aumento do peristaltismo e da secreção de muco e líquido. Dor, inflamação e diarréia são sintomas resultantes da guerra que o intestino está travando. Quando há um microrganismo patogênico, a linha de células do epitélio intestinal inflamada, não sinaliza mais para as células do sistema imune e a batalha é perdida. A parede intestinal lesada cria um ambiente propício para que estes microrganismos alcancem a circulação. Eles são facilmente absorvidos, porque o intestino lesado, perde a permeabilidade seletiva e especializada.

- Os metais pesados, como o mercúrio, o chumbo e o alumínio, podem danificar a parede intestinal, aumentando a sua permeabilidade. A síndrome disabsortiva também causa a entrada anormal do colesterol da alimentação, interferindo no equilíbrio dele no organismo (podendo ser causa de hipercolesterolemia e obesidade). Doenças inflamatórias intestinais (Doença de Crohn e retocolite ulcerativa) e doenças auto-imunes (artrite reumatóide, periarterite nodosa), relacionadas com a absorção indevida de antígenos e com a formação de imunocomplexos, causam destruição tecidual e aumento da síndrome disabsortiva.

A absorção indevida de certos peptídeos também é causa de depressão, ansiedade, avidez por alimentos e até mesmo convulsões. A exorfina, um peptídeo formado a partir da caseína (proteína do leite), tem um efeito semelhante à endorfina, produzindo avidez pelo leite e seus derivados. Fatores que aumentam a permeabilidade intestinal, na presença de síndromes disabsortivas ou não, podem fazer com que substâncias indevidas (principalmente os peptídeos) sejam absorvidas e apresentadas como estranhas ao sistema imune, gerando alergia alimentar. Olheiras, enxaqueca, convulsões, vertigens, incapacidade de raciocinar com clareza, hipoglicemia reacional geralmente acompanhada de arritmias, agressividade, fadiga e irritabilidade, artralgias, gastrite, distúrbios gastrintestinais e obesidade (devido ao aumento da permeabilidade intestinal), podem ser alguns dos sintomas relacionados com a alergia alimentar.
  
- Helicobacter pilori, capaz de produzir grande quantidade de radicais livres, que são a causa das úlceras gástricas. Esta doença é vista como a causa do estresse e da ansiedade e não o contrário. Pode estar relacionado, com coronariopatias. Como coadjuvantes no tratamento e prevenção de suas manifestações tóxicas, antioxidantes como as vitaminas C e E, e extratos de alho e cebola têm sido eficazes.

- Cândida (Candida albicans) é o primeiro microorganismo a se manifestar, numa forma fermentativa produtora excessiva de gases intestinais. Ela pode ocasionar enxaqueca, dor abdominal, depressão, insônia, dificuldade de concentração e aumento da permeabilidade intestinal, cansaço crônico, tristeza, desânimo, alterações do sono, baixa da imunidade, dores musculares e tensão pré-menstrual. Suas toxinas impedem a entrada de vitamina B6 no cérebro interferindo na síntese de serotonina.



Conseqüências da Disbiose:

Ø                  Destruição das vitaminas e outros nutrientes importantes para defesa e bom funcionamento do organismo, o que leva a indisposição, cansaço e envelhecimento precoce.

Ø                  Inativação de enzimas digestivas, prejudicando o processo digestivo e causando distensão abdominal.

Ø                  Maior absorção de gorduras, aumentando a gordura localizada.

Ø                  Produção de substâncias potencialmente cancerígenas e irritantes da mucosa intestinal.

Ø                  Produção de substâncias capazes de atingir a circulação sistêmica gerando dor, edema e celulite.

Ø                  Destruição da mucosa intestinal levando ao quadro de hiperpermeabilidade (passagem de grandes moléculas mal digeridas para o sangue), que super ativa o sistema imunológico levando ao aumento do processo alérgico.

Ø                  Reações alérgicas respiratórias podem estar relacionadas à alergia a proteína do leite que aumentam a produção de muco no trato respiratório.

Ø                  Estresse oxidativo, que compromete o processo digestivo ao afetar a produção de ácido clorídrico e outras enzimas digestivas.

Ø                  Hipocloridria (diminuição da produção de ácido clorídrico), altera o pH intestinal o que gera condições adequadas ao crescimento de bactérias maléficas.
  

Sinais e Sintomas da Disbiose:

·                     Diarréia
·                     Constipação
·                     Síndrome pré-menstrual
·                     Dores articulares
·                     Dores musculares
·                     Alergias
·                     Rinite
·                     Obesidade
·                     Formação excessiva de gases
·                     Doenças inflamatórias intestinais e pulmonares
·                     Deficiência de vitaminas
·                     Intolerância a lactose (açúcar do leite)
·                     Irritabilidade
·                     Depressão
·                     Vaginites
·                     Doenças auto-imunes
·                     Eczemas freqüentes
·                     Olheiras
·                     Enxaqueca
·                     Convulsões
·                     Vertigens
·                     Incapacidade de raciocinar com clareza
·                     Hipoglicemia geralmente acompanhada de arritmias e agressividade
·                     Fadiga e irritabilidade
·                     Artralgias
·                     Gastrite
·                     Distúrbios gastrintestinais
·                     Sensação de plenitude gástrica

Tratamento:

O tratamento é constituído por reeducação nutricional e pelo programa funcional dos 4R’s, que tem como objetivos restabelecer o processo digestivo, reduzindo os sintomas gastrointestinais, promover a desintoxicação hepática e o equilíbrio orgânico do organismo, e manter e/ou recuperar o estado nutricional do paciente restabelecendo suas reservas orgânicas.

IMPORTANTE!
O fato do intestino funcionar regularmente ou seja, uma vez ao dia não significa que o intestino seja saudável. Como vimos acima existem diversos fatores que determinam a saúde intestinal.